Ontem à noite, não conseguia adormecer. Estava numa espécie de ansiedade incontrolada por dentro que me consumia a vontade de dormir.
Tinha ido ao cinema ver "O Pefume", e pronto, aí está a vossa explicação. Conseguiram transportar para o ecrã (alguma) da verdadeira beleza do livro, que é algo inexplicável. A miúda de cabelos ruivos... Simplesmente belíssima. Lembro-me também de algumas conversas que às vezes tenho com os meus amigos na mesa do café.
Aliás, mesmo que o sítio seja (quase) sempre o mesmo, as conversas mudam, os risos e as piadas não são os mesmos. Um simples olhar de cumplicidade não é o mesmo. Ai como gosto de conversar, abraçar, rir e sorrir... Gosto tanto de ler um livro, mas não no comboio.
Gosto de fingir que estudo, quando estamos todos juntos, quando na livraria há uma enorme quantidade de coisas mais giras para ver e fazer...
Sim, gosto de me perder em livrarias. Não gosto muito que me pressionem quando estou a conduzir: "vai por aqui!!! olha a árvore!!! Vira vira vira vira!!!" :)
Adoro viajar de comboio, adoro o tempo de espera que passo em campanhã, porque me posso sentar num café em frente onde posso ver as pessoas a passar.
Gosto muito de conduzir. Adorei ver o por do sol quando passei pela ponte da arrábida no Porto.
Ou então de observar as reacções das outras pessoas a falar umas com as outras, as suas expressões, tiques, sorrisos, ou mesmo quando estão carrancudos. Adoro espicaçar o "o mau feitio" de pessoas que conheço, só para os ver a bufar ou a dizerem para parar ou estar calado, ou apenas para ver a epxressão de irritados nas suas caras. :)
ADORO estar com os meus amigos, gosto de os levar comigo para onde vou sozinho, gosto de pensar "quem me dera que estivesses aqui comigo". Não gosto de sentir saudades, porque me consomem. Mas sei que ter saudades é bom. Mas gosto que tenham saudades minhas (espero que isto não soe a egoísta). Gosto de poder pensar que há boas pessoas, e muitas boas pessoas. Gosto de ouvir um "desculpa!!!" muito preocupado de alguém que tropeça em mim no centro comercial, que apetece-me dar-lhe um presente só pela extrema simpatia. Normalmente, situações dessas bastam para que o dia me corra um bocadinho melhor.
(Já) não gosto de me lamentar quando algo me corre mal. A vida é curta, muito curta. Cabe-nos a nós torná-la mais duradoura, nem que não seja apenas com um telefonema da minha mãe só para me dizer que tem saudades minhas e para não me esquecer de me alimentar (e eu já vou fazer 21 anos), ou um simples abraço sem aviso do teu melhor amigo.
Acho que sou fácil de contentar, e não sou muito complicado. Não gosto que me falem mal nem que me digam para calar. :(

Como vêm, o meu discurso hoje foi uma avalanche de pensamentos que me andavam a atordoar as ideias já há algum tempo. É assim que me sinto, como se fosse transbordar; feel the beauty inside of me, urging to come out, and yet I can get it out, because I'm afraid of loosing it. É por isso que me identifico tanto com o "American Beauty" e o "Eternal Sunshine", são filmes que tu vês e que te deixam um aperto no estômago. Mas um aperto bom, sem dúvida.

É melhor parar por aqui. Pr'a próxima há mais ;)

(Hmmm... Mas tenho pena que não tenha conseguido ver o final do filme, apesar de saber que a Nicole morre de tuberculose (sim, pois essa é a minha área eheh), não sei qual é a última cena, por exemplo... O que vale é que a alternativa valeu mesmo muito a pena :)